sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Enredo

O romance faz um crítica aos costumes burgueses da época. A obra se passa em Lisboa e conta a história do casal Luisa e Jorge. Jorge tem que viajar para o Alentejo por motivos profissionais. Durante a ausência do marido, Luisa é surpreendida pela visita de Basílio, seu primo e amigo de infância. Seduzida por este, Luisa acaba por cair em adultério. Mas, Luisa tinha uma criada, Juliana, que, rancorosa e mesquinha, ao descobrir o segredo dos dois amantes através de uma carta destes, faz chantagem, obrigando a ama a servi-la como se fosse ela a dona da casa, e exigindo dinheiro pelo seu silêncio. A pobre senhora sujeitou-se a todas as humilhações mas não tinha tanto dinheiro. Pediu-o a Basílio, mas este também sem dinheiro, regressa apressadamente para França.Com a chegada do marido, a situação complicou-se ainda mais. Luisa começa a ficar doente, abatida e sem apetite, o que preocupa e indigna Jorge. Luisa, já desesperada, numa tentativa de solucionar o problema, conta tudo a Sebastião,e com a ajuda de um polícia, consegue tirar a carta das mãos da criada. Esta, assustada pela inesperada interpelação, sofre um ataque cardíaco e morre. O sucedido, enche de alegria Luisa, que julga ver acabados os seus tormentos. Mas o destino não quis que assim fosse. Basílio tinha recebido em França uma carta de Luisa a pedir-lhe dinheiro, mais uma vez, à qual decide responder muito tempo depois de a ter recebido. Nela promete enviar a quantia necessária para calar a criada. Todavia, esta carta acaba por ser lida por Jorge que, naturalmente, exige explicações à esposa.Vendo-se desmascarada, Luisa adoece e não resiste à morte.Após a sua morte, Jorge abandona a casa onde haviam vivido.Algum tempo depois, Basílio volta a Lisboa e procura a prima. Ao ver a casa fechada, é informado que esta falecera. 

Por: Flávia da Silva

Análise dos personagens


Protagonistas:
Luísa: Era uma moça da burguesia de Lisboa, sem caráter, pois traiu o marido com o primo, influenciada pela leitura folhetinesca, ela acaba vivendo longe da realidade acreditando em amores impossíveis. Deixa-se dominar por todos e a todos teme; sua incapacidade de tomar decisões faz dela um uma personalidade sem fundo psicológico, o seu comportamento se assemelha com o das heroínas românticas.
Jorge: Burguês, é engenheiro de minas e marido de Luísa, ele ao longo da obra, revela um comportamento conservador, o que não afasta a superficialidade das suas convicções, pois no início da obra ele diz que a mulher adúltera merece a morte, mas nas suas viagens, ele escreve para Sebastião contando sobre seus casos na província. Por isso, o que vale para a esposa, não vale para ele, mas quando Jorge descobre a traição da esposa ele acaba a perdoando quando ela está morrendo fato que ele é parcialmente culpado.
Basílio: O primo de Luísa,  Basílio de Brito, vaidoso e egoísta, chega de viagem já cortejando Luísa. Basílio tem suas aventuras amorosas sem se envolver e sem se comprometer, falso aristocrata, quer muito aparentar ser chique, mas no fundo é um homem vulgar.

Antagonista:
Juliana Tavira Couceiro: Com um fundo psicológico, é a empregada de Jorge e Luísa, ela é doente, com problemas cardíacos, nunca teve um namorado, ela só tem prazer em comer bem, comprar coisas e, principalmente, xingar as patroas tornando prazeroso ver a desgraça das mesmas, Sempre azeda, a profundidade do seu despeito e do ódio contrapõe – se a superficialidade dos sentimentos dos outros personagens, o fato dela ser rebaixada socialmente pelas patroas, vem daí a chantagem, o ódio e vingança. Juliana representa a revolta da classe trabalhista, que é explorada pela burguesia. Segundo a concepção machadiana, é a melhor personagem construída.
Leopoldina de Quebrais: É amiga de Luísa desde a infância, é adúltera e possível influência para Luísa, tem vários amantes.

Por: José Conrado Neto


Sebastião: Personagem simpático que permanece fiel a Jorge e ao mesmo tempo ajuda Luísa.Sebastião é o único que não apresenta nenhuma crítica à socialidade lisboeta.
Julião: Parente distante de Jorge e amigo íntimo da casa,Julião Zuarte,assim como Juliana, representa o descontentamento e o tédio com a profissão.Estudava desesperadamente medicina, na esperança de conseguir uma clientela rica.Andando sempre sujo e desarrumado,Julião era invejoso e azedo.
Visconde Reinaldo: Amigo de Basílio,era,como este,um dândi.Desprezava Portugual.Reinaldo representa o pensamento aristocrático,o desprezo pelos valores burgueses, como a família e a virtude.
Dona Felicidade: Miga de Luísa, cinquentona.Apaixonada perdidamente pelo Conselheiro Acácio.Simbolizava,nas palavras do próprio Eça:''a beatice parva de temperamento excitado"
Conselheiro Acácio: Antigo amigo do pai de Jorge,Acácio é o arquiteto do sujeito que só diz obviedades.Pudico,formal emqualque atitude,rejeita friamente as investidas de Dona Felicidade.Diz a todos que ''as neves da fonte acabam por cair no coração''.No entanto,vive um romance secreto com sua criada.
Senhor Paula: Vizinho de Jorge.Junto com a carvoeira e a estanqueira,passa o dia bisbilhotando quem entra e quem sai da casa do ''engenheiro''.O surgimento de Basílio acaba virando um espetáculo para eles.

Por: Flávia Penha

Vida e Obra do Autor


Eça de Queirós

 

















Vida
José Maria Eça de Queirós , nasceu em Póvoa do Varzim 1845. Passou a infância e juventude longe dos pais pois estes não eram casados. Estudou direito na Universidade de Coimbra. Ligou-se por essa ocasião ao grupo renovador chamado “Escola de Coimbra”, Responsável pela introdução do Realismo em Portugal. Eça não participou diretamente da “Questão Coimbra” - 1865 - , a polêmica em que jovens defensores de novas idéias literárias, artísticas e filosóficas liderados por Antero de Quental, se defrontaram com os velhos românticos , ultrapassados e conservadores, liderados por Visconde de Castilho. Dedicou-se ao jornalismo depois de formado , e viajou pelo Oriente. Em 1871, participou das “Conferências Democráticas do Cassino Lisbonense” – nova etapa da campanha que implantou em Portugal as novas perspectivas culturais do Realismo falando sobre o “Realismo como nova expressão da arte”. Eça de Queirós e o representante maior da prosa realista em Portugal. Grande renovador do romance, abandonou a linha romântica, e estabeleceu uma visão critica da realidade. Afastou-se do estilo clássico , que pendurou por muito tempo na obra de diversos autores românticos , deu a frase uma maior simplicidade , mudando a sintaxe e inovando na combinação das palavras. Evitou a retórica tradicional e os lugares comuns , criou novas formas de dizer, introduziu neologismos e, principalmente utilizou o adjetivo de maneira inédita e expressiva. Este novo estilo só teve antecessor em Almeida Garrett e valeu a Eça a
acusação de galicismo e estabeleceu os fundamentos da prosa moderna da Língua Portuguesa. Enfim , no dia 16 de Agosto de 1900 Eça morre em Paris. Deixava um episódio literário que veio a ser publicado aos poucos.

Obras
O Crime do Padre Amaro , 1876. Segunda edição refundida , 1880.
O Primo Basílio , 1878.
O Mandarim , 1880.
A Relíquia , 1887.
Os Maias , 1888.
Uma Campanha Alegre , 1890 e 1891.
A Ilustre Casa de Ramires , 1900.
Correspondência de Fradique Mendes , 1900.
Dicionário de Milagres , 1900.
A Cidade e as Serras , 1901.
Contos , 1902.
Prosas Bárbaras , 1903.
Cartas de Inglaterra , 1905.
Ecos de Paris , 1905.
Cartas Familiares e Bilhetes de Paris (1893 – 1896) , 1907.
Notas Contemporâneas , 1909.
A Capital , 1925.
O Conde de Abranhos e A Catástrofe , 1925.
Correspondência , 1925.
Alves & Cia , 1926.
O Egito , 1926.
Cartas Inéditas de Fradique Mendes e Mais Páginas Esquecidas , 1929.
Novas Cartas Inéditas de Eça de Queirós , 1940.
Crônicas de Londres , 1944.
Cartas de Lisboa , Correspondência do Reino , 1944.
Cartas de Eça de Queirós , 1945.
A Tragédia da Rua das Flores , 1980.


Por: Fernanda Mendes

Corrente Literária (Realismo)


O Realismo é um movimento artístico e cultural que se manifesta na segunda metade do século XIX. Caracteriza-se pela intenção de uma abordagem objetiva da realidade e pelo interesse por temas sociais. O engajamento ideológico faz com que muitas vezes a forma e as situações descritas sejam exageradas para reforçar a denúncia social. O realismo representa uma reação ao subjetivismo do romantismo. Sua radicalização rumo à objetividade sem conteúdo ideológico leva ao naturalismo. Muitas vezes realismo e naturalismo se confundem.
Entre as correntes filosóficas, destacam-se: o Positivismo, o Determinismo, o Evolucionismo. A produção literária no Realismo surge com temas que norteiam os princípios do Positivismo. São características desse período: a reprodução da realidade observada; a objetividade no compromisso com a verdade (o autor é imparcial), personagens baseadas em indivíduos comuns (não há idealização da figura humana); as condições sociais e culturais das personagens são expostas; lei da causalidade (toda ação tem uma reação); linguagem de fácil entendimento; contemporaneidade (exposição do presente) e a preocupação em mostrar personagens nos aspectos reais, até mesmo de miséria (não há idealização da realidade).
A literatura realista surge na França com a publicação de Madame Bovary de Gustave Flaubert, e no Brasil com Memórias póstumas de Brás Cubas de Machado de Assis, em 1881.
Artes Plásticas: A tendência expressa-se sobretudo na pintura. As obras privilegiam cenas cotidianas de grupos sociais menos favorecidos. O tipo de composição e o uso das cores criam telas pesadas e tristes. O grande expoente é o francês Gustave Courbet Para ele, a beleza está na verdade. Suas pinturas chocam o público e a crítica, habituados à fantasia romântica. São marcantes suas telas Os Quebradores de Pedra, que mostra operários, e Enterro em Ornans, que retrata o enterro de uma pessoa do povo. Outros dois nomes importantes que seguem a mesma linha são Honoré Daumier e Jean-François Millet. Também destaca-se Édouard Manet, ligado ao naturalismo e, mais tarde, ao impressionismo. Sua tela Olympia exibe uma mulher nua que "encara" o espectador.
Literatura: O realismo na Literatura manifesta-se na prosa. A poesia da época vive o parnasianismo. O romance - social, psicológico e de tese - é a principal forma de expressão. Deixa de ser apenas distração e torna-se veículo de crítica a instituições, como a Igreja Católica, e à hipocrisia burguesa. A escravidão, os preconceitos raciais e a sexualidade são os principais temas, tratados com linguagem clara e direta.
Na passagem do romantismo para o realismo misturam-se aspectos das duas tendências. O marco inicial do realismo na Literatura é o romance Madame Bovary , do francês Gustave Flaubert.
Teatro: Com o realismo, problemas do cotidiano ocupam os palcos. O herói romântico é substituído por personagens do dia-a-dia e a linguagem torna-se coloquial. O primeiro grande dramaturgo realista é o francês Alexandre Dumas Filho, autor da primeira peça realista, A Dama das Camélias, que trata da prostituição.
No Brasil, o realismo marca mais intensamente a literatura e o teatro.

Por: Amanda Rocha e Andréia Soares

Contexto Histórico

Eça de Queirós não ataca a família enquanto instituição, mas sim "a família lisboeta, produto do namoro, reunião desagradável de egoísmo que se contradizem, e, mais tarde ou mais cedo, centro de "bambochata".O Primo Basílio apresentava-se como uma lente de aumento sobre a intimidade das famílias "de bem" de Lisboa da metade do século XIX. Representa um dos primeiros momentos de reflexão sobre o atraso da sociedade portuguesa em um mundo profundamente transformado pela Revolução Industrial e pelo desenvolvimento tecnológico.

Comentários!!

  • Fernanda Mendes 
O Primo Basilio,se passa em Portugal,e é um dos responsaveis pela introdução do realismo em Portugal,mostrando novos padrões da sociedade de classe alto,se destando o adulterio,o crime de celibato,como o do livro O Crime do Padre Amaro.O livro em si,é bem interessante,pois mostra a realidade das familias,mostrando que não é uma perfeição como é visto em outros livros,a mulher não é vista,como doce,meiga...ela comete erros no casamento,como traiçao ao marido,como resposta da falta de amor,pois os homens so pensam no trabalho e não dão atenção as esposas,como forma,procuram viver um grande amor,e acabama caindo nas labias dos ''aproveitadores''.A linguagem do livro é boa,por mais que seja de epoca.


  • Amanda Rocha
É um livro bastante interessante. Ele conta o que acontece quando uma pessoa, no caso, Luíza, se rende à tentação, mostrando as conseqüências de uma traição.  Sinceramente, eu gostei do livro, porque mesmo depois de ter traído o marido, Luisa se arrepende do que fez. E que Jorge, mesmo sabendo de toda a verdade, consegue perdoar a esposa em vista do estado dela, quase morrendo. Além da capacidade de perdoar, pode-se ver que na obra Luíza conta com  algumas que pessoas que a ajudam na hora do desespero. Mas não deve-se esquecer que o livro também uma crítica à sociedade burguesa com os luxos da época. 


  • Andréia Soares
É um ótimo livro. Faz uma análise sobre o casamento e o comportamento burguês da pequena sociedade de Lisboa. Mostra a mulher frágil, incapaz de agir e refletir, que pela falta de seu marido, Jorge sente-se sozinha e acaba se deixando seduzir pelo primo Basílio, onde na adolescência teve um relacionamento. Ela trai seu marido arrastada pelas circunstâncias, como se não tivesse domínio sobre si mesma. E Jorge só toma conhecimento do caso entre Luísa e Basílio, quando ela adoece. E nos seus momentos de lucidez, ela pede a presença do marido ao seu lado. Ele a perdoa, mas ela acaba morrendo, tendo a morte como o seu castigo.


  • Flávia da Silva 
Gostei muito desse livro pois narra sobre uma mulher que traiu seu marido com seu primo Basílio, mas se arrepende.O livro conta sobre uma mulher que sonha em ter aventuras com seu marido porém esse sonho não se realiza,após alguns anos seu primo reaparece, ela se encanta com ele e vive um romance proibido,sua empregada descobre e começa a chantageá-la, entao Luísa pede ajuda ao amogi de Jorge,que a ajuda.Por fim seu marido descobre a feição,mas logo ela se arrepende do que fez.


  • José Conrado
Eu gostei muito do livro O primo Basílio, do modo como começa e termina o livro, Luísa, começando como adúltera, e terminando arrependida, pois por duas vezes Basílio deixou Luísa. Eça de Queirós faz uma crítica à sociedade burguesa da época, em quase todos os personagens exceto um, Sebastião, que é fiel ao Jorge ao mesmo tempo ajuda Luísa. Juliana, a personagem mais bem feita da obra, que retrata a revolta da classe trabalhista, enfim, é uma obra boa de ler, apesar da escrita, ser um pouco difícil.